"A Bella jamais será uma página virada na minha vida, mas sim um ciclo concluído com todo amor e muita gratidão" - Karen Fujiwara
Sempre preferi capturar os momentos ao invés de estar no centro deles, mas foi nos laços com os animais que encontrei minha inspiração mais profunda e autêntica.
Durante muitos anos, atuei em áreas que, apesar de promissoras, não refletiam quem eu realmente era. Essa desconexão mudou em 2015, quando a Bella, minha fiel companheira e parceira de vida, se tornou uma formadora de opinião nas redes sociais. A partir daí, mergulhei de cabeça no mercado pet, descobrindo um mundo cheio de possibilidades, aprendizado e crescimento.
Voluntariando-me, estudando com os melhores profissionais do setor e buscando capacitação constante, em 2019 realizei um grande sonho: fundei o Cachorródromo®, o maior parque indoor para cães da América Latina. Esse espaço foi mais do que uma realização pessoal; foi a concretização de um propósito maior: oferecer experiências únicas e de qualidade tanto para os cães quanto para seus tutores.
No entanto, minha visão ultrapassava os limites físicos do parque. Por isso, decidi encerrar as operações presenciais e focar em um novo objetivo: capacitar empreendedores do mercado pet, com um olhar ético, profissional e sustentável.
Em 2022, uma descoberta trouxe ainda mais clareza sobre minha jornada. Sou autista, com um nível de suporte moderado. Longe de ser uma limitação, essa revelação foi um marco transformador. Entender minha neurodivergência trouxe alívio, autoaceitação e uma nova perspectiva sobre minhas habilidades e desafios. Compartilho minha história abertamente porque acredito no poder de inspirar outros a abraçarem sua individualidade e a quebrarem preconceitos. Quero mostrar, especialmente a outros autistas, que é possível seguir os próprios sonhos, superar barreiras e criar conexões profundas, seja com pessoas ou com animais.
Em setembro de 2024, dei mais um passo significativo na minha missão: fundei, junto a quatro amigas, a Ação em Prol dos Animais (APA), uma ONG dedicada ao cuidado, proteção e bem-estar dos animais. A APA não é apenas um reflexo do meu amor pelos pets, mas também um compromisso em transformar vidas, promovendo campanhas de adoção responsável, programas de castração, seminários educativos e ações de controle populacional de cães e gatos. Atuamos em parceria com protetores independentes e outras organizações, sempre com o objetivo de criar um impacto positivo e duradouro.
Minha missão é clara e contínua: ajudar pessoas e animais a construírem relações baseadas em confiança, respeito e amor. Quero também encorajar autistas a acreditarem em seus potenciais, mostrando que, com coragem e determinação, podemos transformar não apenas nossas próprias vidas, mas também o mundo ao nosso redor. Minha jornada é um testemunho de que desafios podem se tornar oportunidades, aprendizado nunca tem fim e, acima de tudo, é possível fazer a diferença quando seguimos nossos valores e paixões.
Atualmente, sigo a filosofia de treino Least Intrusive, Minimally Aversive (LIMA). Sou certificada e possuo o título de KPA-CTP®, CDBC® e de CPDT-KSA® e sou membro profissional da The Association of Professional Dog Trainers (APDT®).
Durante minha temporada nos EUA em 2019, tive a oportunidade de me especializar em cães de suporte (cães de serviço, suporte emocional e terapeuta).
Ser anticapacitista é um compromisso diário. É uma prática constante de repensar pensamentos, atitudes e palavras que usamos, muitas vezes de forma automática. Durante séculos, a sociedade perpetuou a ideia de que pessoas com deficiência eram menos capazes, dando origem ao capacitismo. Hoje, felizmente, essa visão está sendo amplamente questionada, graças à luta e às realizações de pessoas com deficiência que, como eu, estão mostrando que nossa identidade vai muito além da deficiência. No meu caso, estar no espectro autista é apenas uma parte do que sou, não uma definição completa.
Ser anticapacitista exige mais do que empatia; é necessário ouvir, aprender e agir. Trata-se de se posicionar como agente de transformação, ao invés de permanecer um observador passivo. É sobre reconhecer o valor da diversidade e lutar contra estruturas que excluem ou diminuem as oportunidades para pessoas com deficiência. Isso significa dar espaço às vozes dessas pessoas, respeitando suas vivências e contribuindo para um mundo mais inclusivo.
No início, hesitei em compartilhar meu diagnóstico de autismo, mas percebi que essa vulnerabilidade pode ser uma poderosa ferramenta para combater preconceitos e inspirar outras pessoas. Hoje, tenho orgulho de fazer parte da comunidade do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e de usar minha experiência para incentivar outros a abraçarem seus próprios sonhos, mesmo diante de desafios. Quero mostrar que não só é possível viver plenamente, mas também deixar um impacto positivo no mundo.
Minha missão vai além do autismo: quero ajudar todas as pessoas, dentro ou fora do espectro, a se conectarem consigo mesmas e a construírem relações baseadas em confiança e respeito – seja com outros humanos ou com animais. Acredito profundamente que a inclusão é a chave para um mundo mais rico, cheio de possibilidades e oportunidades para todos.
Nunca se esqueça: a diversidade é uma força transformadora, e cada um de nós tem um papel na construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e humana.
NOME: Karen Fujiwara
DESCENDÊNCIA: 4ª geração de imigrantes japoneses
ANIVERSÁRIO: 17 de novembro
ONDE NASCEU: São Paulo, SP
FORMAÇÃO: Engenharia Química
PROFISSÃO: Empresária, criadora, fundadora do Cachorródromo® (www.cachorrodromobrasil.com.br) e co-fundadora da ONG Ação em Prol dos Animais (www.acaoemproldosanimais.org.br).
CURIOSIDADES: Desde que me conheço por gente, as orcas sempre me fascinaram. São animais incríveis, tanto em seu comportamento complexo quanto espiritualmente. Minha primeira cachorrinha, a Kika, veio da Zoonose de Santana. Ela era sem raça definida adorável que nos surpreendeu trazendo filhotinhos logo que chegou em casa. Fiquei tão feliz, foi como ganhar um prêmio especial, já minha mãe quis morrer! Minha primeira cachorra de raça foi a Zhara, uma labradora chocolate bastante única. Ela era diferente do que se esperava, era brava, não gostava de água, mulheres loiras e teve uma saúde desafiadora. Infelizmente, aos 13 anos, ela teve Alzheimer canino e nos deixou. Um dos lugares mais remotos que já explorei sozinha foi o Reflection Pond, no Parque Nacional de Denali, no Alaska. Foi uma experiência incrível estar lá. Saltei de um cliff de mais de 10 metros de altura no Rio Colorado no meio do Grand Canyon sentindo a energia das rochas. Outro local com energias bem peculiar, foi o topo do Half Dome, no Parque Nacional de Yosemite. A sensação ali era completamente diferente, quase sinistra. Já tive experiência com o povo zulu e na crise de enxaqueca, me fizeram mascar fezes de elefante fresca. 😅Essas experiências me marcaram de maneiras diferentes, mas todas contribuíram para as minhas memórias de viagem.
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